segunda-feira, 31 de março de 2008

Crítica Musical - PR-5


Milan Moraes

Uma noite fria de outubro era o cenário de um show. Lá estava eu em um terreno hostil e inóspito para presenciar um show do RPM. Quem poderia imaginar que teria um show de rock naquele lugar tão marcado pelo country music brasileiro. Era ele que deveria ser o pano de fundo daquele evento, um rodeio. Este evento foi por uma noite/madrugada, o point do pop-rock nacional com um show do RPM, na verdade sob o nome PR-5, mas isso eu explico mais tarde.

Era um palco em dimensões razoáveis para um show do porte da banda. Fim do rodeio, começa a aglomeração de pessoas no palco ao lado para o show. À meia-noite quando ninguém esperava, veio uma fumaceira do palco e começaram a se escutar os acordes da música que o grupo fez para o programa Big Brother “Vida Real” que está na boca do público por causa do programa. Eu até perdôo os problemas técnicos que presenciei nessa faixa pois erros acontecem até em eventos de grande porte.

Depois vieram grandes sucessos que agitaram os fãs como: “Revoluções por minuto”, “Louras geladas”, “Rádio Pirata”, “Alvorada voraz” e “Juvenila”. O grupo arriscou covers de Cazuza com “Exagerado” e de Raul Seixas com “Gitá”. Músicas muito bonitas que emocionaram a platéia: “Terra Brasilis” que conta a possibilidade de um mundo utópico assim como “Imagine” famosa música de John Lennon, que foi tema de uma novela global na voz de Paulo Ricardo.

O show foi fechado com a eletrizante “Olhar 43” que aqueceu o público de Descoberto e os botou para dançar. Nota triste do evento é que nesse dia tinha sido a primeira vez que vi o Paulo Ricardo com a nova formação do RPM. Infelizmente os velhinhos foram tirados à força pelo vocalista do grupo, o que ocasionou esse racha na banda. Só o baterista continuou. Contudo esses acontecimentos, não estragaram a noite das descobertenses que gritaram muito para chamar a atenção de Paulo Ricardo (inclusive a minha tia, que mico).

sábado, 29 de março de 2008

CineCrítica - Eu sou a lenda

Milan Moraes

O romance de Richard Matheson "Eu sou a lenda", lançado em 1954, encontra-se atualmente, em sua terceira adaptação para o cinema. Suas excelentes idéias definitivamente nunca se tornarão obsoletas, pois se relacionam com os maiores medos da humanidade. A última versão do filme de 2007 se caracteriza como um blockbuster, ou seja, tem efeitos especiais, produção milionária e astro com contato milionário e sendo assim tinha a obrigação de estourar na bilheteria.

A diferença desse filme para outros do tipo é a atuação inspiradíssima do astro Will Smith que fez valer seu alto cachê. Em seus monólogos, algumas cenas em que precisava demonstrar sua sensibilidade, Will demonstra todo o seu potencial. As cenas com o seu cachorro e suas discussões com Ana, personagem da brasileira Alice Braga, são apenas mais algumas das provas dessa afirmação.

As cenas de uma Nova York devastada foram sensacionais por terem sido rodadas na própria Big Apple. É inacreditável a transformação da metrópole que o diretor do filme, Francis Lawrence, mostra. Uma curiosidade é que cerca de 2/3 do filme é centrado em um só personagem, Robert Neville, de Smith. O filme não tem narrador e todo o extermínio do passado é mostrado por flashbacks. Mais um ponto favorável para o diretor que conseguiu que o ator respondesse às imagens que eram mostradas, até em solitárias cenas.

Nem tudo são flores no filme, os monstros são muito computadorizados, e têm muitas habilidades especiais, não mostrando muito realismo. O final foi muito comercial e não era o final escolhido pelo diretor que prometeu ser inteligente, filosófico e subjetivo. Mas infelizmente a indústria do cinema americano, ao mesmo tempo em que dá o orçamento necessário para o sucesso do filme, cobra esses desvios de conduta com o objetivo de maximizar mais ainda seus lucros.

sexta-feira, 28 de março de 2008

CineCrítica - 10.000 a.C.


Elder Motta

Roland Emmerich repete a receita básica do sucesso dos filmes épicos: a luta pela liberdade de um povo movimentada por um romance desatado. No entanto, errou a mão na dose de cada ingrediente.

O filme se passa no final da era glacial, onde a tribo de D'Leh (Steven Strait), com suas profecias, prevê a chegada de um grande guerreiro que levará a mão de Evolet (Camila Belle) e juntos libertarão seu povo dos demônios de quatro patas. Este guerreiro é o próprio D'Leh que parte para uma aventura em busca de seu amor e da liberdade de seu povo.

Entre essas aventuras há muitos efeitos visuais como, por exemplo, o tigre dentes-de-sabre, mas para uma super-produção somente efeitos especiais não bastam. A trama é muito pobre de roteiro (podemos até adivinhar as falas dos personagens) e há diversas falhas históricas e geográficas. As tribos falam a língua inglesa, existem caravelas gigantescas e cavalos.
Para o fim da era glacial ao mesmo tempo da construção das pirâmides do Egito o filme precisaria de muito mais ação para cobrir essas falhas.

Realmente a receita misturando fermentos de paixão e liberdade foi tão fraca que fez o bolo de 10.000 a.C. solar.

quinta-feira, 27 de março de 2008

CineCrítica - Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Rodolpho Terra

Johnny Depp já teve de fato muitos papéis excêntricos e charmosos, "Sweeney Todd, o barbeiro demoníaco da Rua Fleet", poderia ser apenas mais outro. No entanto, entre as ruas de uma Londres suja e obscura, ele canta como se não fosse um assassino em busca de vingança.

A parceria entre Depp e Tim Burton sempre soa como um filme memorável desde ‘Edward Mãos-de-Tesoura’. A magia e o estilo de ambos são notáveis em cada cena do musical, inconfundíveis. Só não é aconselhável para os que não simpatizam com o gênero — afinal, o filme é baseado num sucesso da Broadway. Quem curte vai adorar o contraste da cantoria contagiante com a sede de vingança macabra, ambientada em clima noir.