segunda-feira, 10 de novembro de 2008

CineCrítica - Queime Depois de Ler

Com o foco no mundo, o filme começa como uma novela...melhor, uma rede de intrigas. Algo pequeno acontece e as coisas ficam sérias. Personagens bem característicos fazem um misancene em volta de um pequeno ato desleixado. Quando tudo engrossa, ninguém dá mais a mínima.

Admito que, desde o consagrado "Onde os Fracos Não Têm Vez", virei f'ã dos trabalhos e da fotografia dos irmãos Joel e Ethan Coen, que captam uma visão diferente das cenas. Diria fria, talvez peculiar. Com um elenco que reúne Brad Pitt, George Clooney, Frances McDormand, Tilda Swinton e John Malkovich, as tenções e atenções fecham em torno de uma arte de interpretação singular, e muita sofisticação. Três palavras: esquisito, canalha e surpreendente.

Com um roteiro que aparenta ser um pouco picotado, as aparências o enganaram. Até em tal ponto percebe-se o equilíbrio e um estilo por concluir situações. Com o mesmo foco no mundo o dinâmico J.K. Simmons se despede do caso.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Crítica Musical - Metallica - Death Magnetic

Muitos já acreditam que este novo álbum seja a volta definitiva do Metallica às suas raízes. Fatores como a inclusão da faixa intitulada “The Unforgiven III” realmente mostram a banda tentando resgatar as glórias metálicas de seu passado, mas ainda com toques modernos e um som diferenciado em algumas faixas.

Para a alegria dos fãs mais ortodoxos, músicas mais longas voltam a fazer parte do repertório de um dos ícones do Trash Metal. Porém, a impressão deixada ao decorrer da audição do álbum é de que a banda ainda está caminhando para uma verdadeira volta ao som de seus primórdios, mas isso pode ser considerado uma esperança para tantos fãs desapontados com as mudanças drásticas na sonoridade da banda em seus últimos lançamentos.

O álbum pode ser dividido entre verdadeiras pancadas em forma de som que realmente lembram o antigo Metallica - como as ótimas “The Day That Never Comes”, “The End of The Line” e “My apocalipse” - e baladas mais lentas com um toque de rock alternativo que transmitem certa viagem sonora, cantadas de forma mais “limpa” por James Hetfield, como “The Judas Kiss” e “All Nightmare Long”.

Marcado por um som mais próximo dos tempos áureos do Metallica em grande parte das faixas, ‘Death Magnetic’ demonstra duas faces da banda. A primeira face mostra a vontade de voltar ao passado de forma digna ao mesmo tempo em que a segunda mostra uma preocupação em não fazer um álbum integralmente nostálgico.

Enfim, o Metallica consegue resgatar uma qualidade próxima de seus álbuns clássicos inserindo inovações em seu som, o que parecia uma tentativa constante. Ao ouvir este lançamento, qualquer um que conheça a banda pode perceber que finalmente conseguiram!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

CineCrítica - Última Parada 174

Colaboração de Sandro Tebaldi

Admito que entrei na sala pensando que assistiria mais uma espetacularização banal da violência. Ledo engano. Graças ao roteiro seco de Bráulio Mantovani e a interpretação excepcional do elenco de “não-atores”, com destaque para os “Sandros” protagonistas, Última Parada 174 torna-se um bom filme.

O roteiro trata a violência como “caldo de cultura” para os dramas vividos por seus personagens, não cedendo à tentação dos efeitos visuais e montagens moderninhas. Ao optar por diferenciar, através da fotografia, a ficção da realidade, o filme ganha em veracidade. A dica é correr pra assistir o documentário 174 de José Padilha e comparar com as soluções ficcionais do diretor. Belo acerto na filmografia de Bruno Barreto, que parece até ter recuperado o vigor.