sábado, 29 de março de 2008

CineCrítica - Eu sou a lenda

Milan Moraes

O romance de Richard Matheson "Eu sou a lenda", lançado em 1954, encontra-se atualmente, em sua terceira adaptação para o cinema. Suas excelentes idéias definitivamente nunca se tornarão obsoletas, pois se relacionam com os maiores medos da humanidade. A última versão do filme de 2007 se caracteriza como um blockbuster, ou seja, tem efeitos especiais, produção milionária e astro com contato milionário e sendo assim tinha a obrigação de estourar na bilheteria.

A diferença desse filme para outros do tipo é a atuação inspiradíssima do astro Will Smith que fez valer seu alto cachê. Em seus monólogos, algumas cenas em que precisava demonstrar sua sensibilidade, Will demonstra todo o seu potencial. As cenas com o seu cachorro e suas discussões com Ana, personagem da brasileira Alice Braga, são apenas mais algumas das provas dessa afirmação.

As cenas de uma Nova York devastada foram sensacionais por terem sido rodadas na própria Big Apple. É inacreditável a transformação da metrópole que o diretor do filme, Francis Lawrence, mostra. Uma curiosidade é que cerca de 2/3 do filme é centrado em um só personagem, Robert Neville, de Smith. O filme não tem narrador e todo o extermínio do passado é mostrado por flashbacks. Mais um ponto favorável para o diretor que conseguiu que o ator respondesse às imagens que eram mostradas, até em solitárias cenas.

Nem tudo são flores no filme, os monstros são muito computadorizados, e têm muitas habilidades especiais, não mostrando muito realismo. O final foi muito comercial e não era o final escolhido pelo diretor que prometeu ser inteligente, filosófico e subjetivo. Mas infelizmente a indústria do cinema americano, ao mesmo tempo em que dá o orçamento necessário para o sucesso do filme, cobra esses desvios de conduta com o objetivo de maximizar mais ainda seus lucros.

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