sexta-feira, 24 de abril de 2009

Crítica Musical - Iron Maiden: Somewhere Back in Time

É Iron Maiden no Rio, dia de tirar do armário e vestir a camisa da banda. Devido à grande popularidade do Maiden, um bom público, de cerca de 25.000 pessoas, compareceu ao show. A chuva que caiu na véspera e também no próprio dia do show contribuiu para a temperatura amena na Apoteose. Para abrir o show, foi convocada a filha do baixista do Maiden (Steve Harris): Lauren Harris. O show dela iniciou exatamente às 20:30h.

Por volta das 21:30h, também pontualmente, começou a tocar a música “Doctor, Doctor”, do UFO. Os fãs gritaram nessa hora, pois sabiam que o Iron inclui a canção antes de seus shows. Apagaram as luzes novamente, então de repente, os telões começaram a mostrar a banda na estrada e o avião Ed Force One, ao som de “Transylvania”. As imagens são do documentário Flight 666.

Surge então um vídeo preto e branco de Winston Churchill, ex-Primeiro Ministro inglês com seu discurso compelindo os ingleses a lutarem pelo país na 2ª Guerra Mundial, e que antecede a música “Aces High”. Surgiram finalmente no palco os 6 integrantes da banda. É “Aces High”ajudou muito na perda da minha voz ao final do show.

A turnê Somewhere Back In Time presenteou os fãs com um setlist homenageando discos da década de 80. Dessa forma, “Wrathchild”, do 2º disco do grupo, veio a seguir. Já “Two Minutes To Midnight” é um clássico mais recente. A produção como um todo estava impecável com estátuas egípcias (bem anos 80) e um cenário que permitia o deslocamento dos integrantes por mais de um nível.

Um momento especial veio a seguir, com clássicos raramente tocados ao vivo: “Children Of The Damned” e “Phantom Of The Opera”. Os sorrisos estampados nos rostos dos presentes claramente mostraram que aquele era um momento único.

Dickinson trocou o figurino, vestiu sua célebre jaqueta vermelha e, bandeira da Grã-Bretanha aos frangalhos em punho, anunciou a literalmente galopante “The Trooper” para a multidão empolgada. Um pouco mais recente, outro retumbante sucesso foi apresentado, “Wasted Years”, música contagiante que levanta o astral de qualquer pessoa.

Um hino épico veio na seqüência, “The Rime Of The Ancient Mariner”, com os fãs mais aguerridos acompanhando as partes narradas. A ótima “Powerslave”, que a seguiu, foi um dos clímax da noite, com Bruce devidamente caracterizado com uma máscara egípcia. A música fala como as pessoas podem ficar "escravas do poder”.

Para o ritmo não cair: “Run To The Hills” (a eterna batalha do índio com o branco foi bradada pela platéia e por mim, claro) e “Fear Of The Dark” (alguns dizem que ela é comercial, mas “o medo do escuro” contagiou a todos) são escolhas óbvias, com Bruce e o público cantando juntos. A seguir, mais um clássico do grupo, “Hallowed Be Thy Name”. “Iron Maiden” fechou o segmento, de forma impressionante: o túmulo em forma de esfinge posicionado atrás da bateria de McBrain se abriu e surgiu o mascote Eddie como múmia, balançando os braços e "partiu" para o ataque.

O retorno para o bis, começou com “The Number Of The Beast”, o super hit inspirado na obra A profecia. O pique permanecia intacto, com explosões e fogos no palco que aqueciam todo o público. “The Evil That Men Do” trouxe o Eddie futurista da capa de Somewhere In Time, munido de pistola, ele se movimentou pelo palco e simulou um ataque à banda. Para encerrar a noite: “Sanctuary” do 1º disco e a confirmação de que os fãs saíram satisfeitos.

sábado, 11 de abril de 2009

CineCrítica - Watchmen - O Filme

Felizmente, o projeto, baseado na brilhante história de Alan Moore e nos traços clássicos de Dave Gibbons, foi parar nas mãos de Zack Snyder que o tratou com a fidelidade que seus admiradores exigiam. O ponto central de Watchmen é a iminência de uma guerra nuclear em larga escala entre os Estados Unidos e a União Soviética. A obra é um universo de discussões sociais, morais, artísticas, governamentais... humanas.

A história condensa e alterna passado e presente, com um bombardeio de informações, origens, sub-tramas e imagens. Como a graphic novel, não é para se experimentar uma única vez, pois exige amadurecimento e análise. A equipe de roteiristas também teve suas próprias e inspiradas alterações. São atalhos criados para eliminar tramas paralelas e dar relevância a determinados personagens. O novo final mantém a integridade ideológica de Moore.

Esse filme conta com um excelente elenco com atuações memoráveis (as que mais impressionaram em ordem de importância): Jackie Earle Haley (Rorschach), Jeffrey Dean Morgan (Comediante), Patrick Wilson (Coruja), Matthew Goode (Ozymandias) e Carla Gugino (a 1ª Espectral).

Snyder recria os cenários e figurinos com uma fidelidade obsessiva (ainda bem) e conta com uma produção bem rica. Suas marcas como cineasta ficam restritas às cenas de ação. O diretor não adicionou nenhum momento mais empolgante que não existisse na graphic novel, mas não perdeu a oportunidade de torná-los mais violentos e intensos.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

CineCrítica - Jogo entre Ladrões

Um pequeno furto foi o valor do ingresso cobrado para assistir a esse filme. Do que adianta contratar duas figuras de renome quando a história é batida e o final previsível (mesmo com uma mudança no rítimo do filme)? Não se preocupe, se ficar complicado eles explicarão tudinho para você.

Os ladrões da produção são Ripley (Morgan Freeman) e Jack Monahan (Antonio Bandeiras). Dobradinha que desceu sem gosto, e muito picotada. Na hora de planejar o evento, os indivíduos agem com uma rapidez, sem qualquer manha como em "Onze Homens e um Segredo", película da qual muitos diriam para nem comparar. Reduza o contingente para duas pessoas, retire o segredo, elimine o estilo malandro e cafajeste. O resultado está na tela.

Acredito (posso estar errado) que em ambos casos, não deve ter sido muito difícil interpretar os respectivos papeis. Não há desafios no quesito atuação, talvez somente no físico. Principalmente para o vovô Freeman. Será que para quem já ganhou um Oscar de "Melhor Ator Coadjuvante", só resta se divertir com filminhos batidos?

PS: A primeira vez que eu vi o Bandeiras no poster achei que fosse o Bono Vox. lol