É Iron Maiden no Rio, dia de tirar do armário e vestir a camisa da banda. Devido à grande popularidade do Maiden, um bom público, de cerca de 25.000 pessoas, compareceu ao show. A chuva que caiu na véspera e também no próprio dia do show contribuiu para a temperatura amena na Apoteose. Para abrir o show, foi convocada a filha do baixista do Maiden (Steve Harris): Lauren Harris. O show dela iniciou exatamente às 20:30h.
Por volta das 21:30h, também pontualmente, começou a tocar a música “Doctor, Doctor”, do UFO. Os fãs gritaram nessa hora, pois sabiam que o Iron inclui a canção antes de seus shows. Apagaram as luzes novamente, então de repente, os telões começaram a mostrar a banda na estrada e o avião Ed Force One, ao som de “Transylvania”. As imagens são do documentário Flight 666.
Surge então um vídeo preto e branco de Winston Churchill, ex-Primeiro Ministro inglês com seu discurso compelindo os ingleses a lutarem pelo país na 2ª Guerra Mundial, e que antecede a música “Aces High”. Surgiram finalmente no palco os 6 integrantes da banda. É “Aces High”ajudou muito na perda da minha voz ao final do show.
A turnê Somewhere Back In Time presenteou os fãs com um setlist homenageando discos da década de 80. Dessa forma, “Wrathchild”, do 2º disco do grupo, veio a seguir. Já “Two Minutes To Midnight” é um clássico mais recente. A produção como um todo estava impecável com estátuas egípcias (bem anos 80) e um cenário que permitia o deslocamento dos integrantes por mais de um nível.
Um momento especial veio a seguir, com clássicos raramente tocados ao vivo: “Children Of The Damned” e “Phantom Of The Opera”. Os sorrisos estampados nos rostos dos presentes claramente mostraram que aquele era um momento único.
Dickinson trocou o figurino, vestiu sua célebre jaqueta vermelha e, bandeira da Grã-Bretanha aos frangalhos em punho, anunciou a literalmente galopante “The Trooper” para a multidão empolgada. Um pouco mais recente, outro retumbante sucesso foi apresentado, “Wasted Years”, música contagiante que levanta o astral de qualquer pessoa.
Um hino épico veio na seqüência, “The Rime Of The Ancient Mariner”, com os fãs mais aguerridos acompanhando as partes narradas. A ótima “Powerslave”, que a seguiu, foi um dos clímax da noite, com Bruce devidamente caracterizado com uma máscara egípcia. A música fala como as pessoas podem ficar "escravas do poder”.
Para o ritmo não cair: “Run To The Hills” (a eterna batalha do índio com o branco foi bradada pela platéia e por mim, claro) e “Fear Of The Dark” (alguns dizem que ela é comercial, mas “o medo do escuro” contagiou a todos) são escolhas óbvias, com Bruce e o público cantando juntos. A seguir, mais um clássico do grupo, “Hallowed Be Thy Name”. “Iron Maiden” fechou o segmento, de forma impressionante: o túmulo em forma de esfinge posicionado atrás da bateria de McBrain se abriu e surgiu o mascote Eddie como múmia, balançando os braços e "partiu" para o ataque.
O retorno para o bis, começou com “The Number Of The Beast”, o super hit inspirado na obra A profecia. O pique permanecia intacto, com explosões e fogos no palco que aqueciam todo o público. “The Evil That Men Do” trouxe o Eddie futurista da capa de Somewhere In Time, munido de pistola, ele se movimentou pelo palco e simulou um ataque à banda. Para encerrar a noite: “Sanctuary” do 1º disco e a confirmação de que os fãs saíram satisfeitos.