domingo, 17 de julho de 2011

CineCrítica - X-Men Primeira Classe

X-Men - Primeira Classe veio assim sem muito alarde, mas acho que merece o título de melhor filme dos X-Men já produzido. Ao longo da sua produção surgiu uma avalanche de críticas por não conter os personagens favoritos da galera. Outro ato falho foi um marketing no mínimo curioso: posters feios e teasers que mostram bastante coisa do filme, o que eu particularmente detesto, pois estraga a surpresa.

Com atuações inspiradas de James McAvoy e Michael Fassbender que interpretaram os personagens Xavier e Magneto, respectivamente, os atores comandaram o filme. Relembrando que Stan Lee quando criou Xavier e Magneto inspirou-se livremente nos debates ideológicos da época de Martin Luther King e Malcolm X pelos direitos dos negros. Por causa disso mesmo, esse idealismo não poderia estar de fora desse filme.

A primeira classe está no filme apenas para servir como entretenimento descontraído com piadinhas e para as cenas de ação. A exceção do "grupelho" é Mística, que é uma transmorfa, mas possui uma aparência real hedionda - escamosa e com olhos amarelos. Dada a natureza tranformadora de seu poder, ela consegue esconder sua forma verdadeira do resto do mundo. Mas como alcançar seu potencial se você vive sua vida concentrando-se em ser alguém que não é?

O personagem de Kevin Bacon, o mutante vilão Sebastian Shaw, é uma grande homenagem ao excêntrico, ao cafona, ao CAMP. Tudo que o cerca é exagerado: seus aliados, sua base, seus veículos e o seu poder. O vilão, cercado de excentricidades dignas dos personagens que davam trabalho a James Bond traz o elemento indispensável a qualquer filme de quadrinhos que se preze: um bandido sacana e playboy com um plano maligno mirabolante de dominação/destruição global.

Sendo assim, o filme traz uma união improvável: Bryan Singer (produtor e roteirista) que dirigiu os dois primeiros X-Men e Matthew Vaughn (diretor), de Kick-Ass. Nunca imaginei que razão e a emoção poderiam se entender tão bem em um blockbuster. As questões filosóficas e as piadas e as cenas de ação foram dessa forma muito bem dosadas e fizeram desse filme a grande surpresa das férias.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Crítica musical - Alice Cooper


Texto produzido por Mário Mendes.

No dia 3 de junho de 2011 terminou a mini-turnê de Alice Cooper no Brasil. Foi um excelente show do lendário cantor de rock, de 63 anos, que veio ao Brasil pela primeira vez em 1974.

Em plena forma tia Alice faz retrospectiva da carreira, apresentando uma música nova: “I´ll bite your face off”. Com um set list recheado de clássicos, Alice Cooper abre a apresentação com garras de aranha e a tradicional maquiagem ao som de “The Black widow”, soltando faíscas das mãos. Na sequência, surgem a pesada música “Brutal planet” e o clássico “I´m eighteen”.

O cenário da turnê “No more Mr. Nice Guy – The original evil returns” usa elementos da turnê anterior, do álbum Along came a spider, de 2008. A banda é formada pelos guitarristas Tommy Henrik, Damon Johnson e o experiente Steve Hunter (que foi guitarrista de Alice Cooper nos anos 70), o baixista Chuck Garrick (ex-Dio) e Glen Sobel na bateria.

Depois de “Under my wheels”, e após distribuir dinheiro espetado numa espada em “Billion dollar babies”, a clássica “No more Mr. Nice Guy” empolga o público, que canta junto. A música “Hey stoopid” volta a marcar presença no set list de Alice Cooper, para a alegria dos fãs do álbum Hey stoopid, de 91. Após “Is it my body”, “Halo of flies” é reproduzida com riqueza de detalhes instrumentais e um bom solo de bateria.

No momento da nova música, Alice Cooper está com uma camisa onde se lê “new song”, a nova música se chama “I´ll bite your face off”, um rock´n´roll animado no melhor estilo Stones. Outros momentos de destaque no show são quando tia Alice usa e abusa de seu potencial teatral; ele canta “Only women bleed” e “Cold Ethyl” contracenado com uma boneca, e em “Feed my Frankenstein” surge um Frankenstein gigante de quatro metros no melhor estilo Eddie do Iron Maiden. Um dos momentos mais empolgantes do show é quando é tocado o hit “Poison”.

Ao som de “Killer” surge a guilhotina; Após “perder a cabeça” Alice Cooper canta o grande clássico “School´s out”, em clima de festa, e é quando surgem balões gigantes que tia Alice estoura com a espada para logo em seguida fazer uma bem sacada citação de “Another brick in the wall”, do Pink Floyd.

Tia Alice reaparece com a bandeira do Brasil e uma camisa da seleção brasileira com o número 18 de “I´m eighteen” escrita Cooper, que vem por baixo do figurino de político em “Elected”. No final, ele faz reverência ao grande nome da guitarra Jimi Hendrix, cantando “Fire”. É o fim do ótimo show do grande mestre do rock teatral.


Set list:
1- The Black Widow
2- Brutal Planet
3- I’m Eighteen
4- Under My Wheels
5- Billion Dollar Babies
6- No More Mr. Nice Guy
7- Hey Stoopid
8- Is It My Body
9- Halo of Flies
10- I’ll Bite Your Face Off
11- Muscle of Love
12- Only Women Bleed
13- Cold Ethyl
14- Feed My Frankenstein
15- Clones (We’re All)
16- Poison
17- Wicked Young Man
18- Killer/I Love the Dead
19- School’s Out
Bis
20- Elected
21- Fire

domingo, 29 de maio de 2011

CineCrítica - Thor

Fãs do universo Marvel nos quadrinhos e nas telas de cinema alegrem-se. O último lançamento do tipo: Thor é o filme que vocês com certeza estavam esperando. O universo científico já bastante explorado nos outros filmes (e representado por Homem de Ferro e Hulk) sai de cena para dar lugar a um lado mais místico e sobrenatural.

Era necessária essa mudança já que nesse filme falamos de asgardianos, seres imortais de outra dimensão, que foram confundidos com deuses pelos vikings, iniciando a mitologia nórdica.

Thor, o príncipe desse povo é um jovem impetuoso, tolo e arrogante, cujas ações rompem a trégua dos asgardianos tinham com os Gigantes de Gelo. Banido para a Terra por Odin, seu pai, ele precisa aprender lições de humildade se quiser tornar-se digno de brandir o martelo Mjolnir e recuperar seu poder imortal, bem como o direito ao trono que perdeu por suas tolices.

Quanto a cenários e fotografia do filme só digo uma coisa: espetacular. Asgard com toda sua riqueza e opulência foi muito bem retratada. A morada dos asgardianos, enche os olhos, assim como a cultura desse povo. Figurinos, o design da cidade, a iluminação e as cores, é tudo impressionante, especialmente para quem cresceu lendo os quadrinhos.

Chris Hemsworth, protagonista e praticamente desconhecido, surpreende ao dominar com segurança as suas cenas. Ele conseguiu passar muito bem a confiança e arrogância do Thor inicial. O intérprete de Loki, Tom Hiddleston, era outro desconhecido que saiu-se muito bem, dissimulado em alguns momentos e surtado em outros, um Loki perfeito. Sendo ele mesmo, Anthony Hopkins é Odin e ponto final.

O diretor Kenneth Branagh fez um trabalho impecável, inclusive nas cenas de ação, com as quais não tinha muita experiência, visto que sua verve é “shakespeareana” e teatral. Realmente vemos aqui batalhas emocionantes, à altura das maiores aventuras do personagem nas páginas dos quadrinhos.

O ponto fraco do filme fica para algumas das cenas rodadas na Terra, com piadas completamente desnecessárias sendo proferidas por personagens menores do filme. Outra coisa que me encucou foi a rapidez com que Thor aprendeu a lição e se tornou uma pessoa melhor bem como se apaixonou pela Drª Jane Foster, interpretada pela Natalie Portman. Bem mas piadas e romance eram necessários para deixar o filme masi palatável para o público.

Por fim, que venha o filme dos Vingadores, o caminho natural que os filmes da Marvel Studios estão arquitetando. Onde a pancadaria vai rolar solta, sem dúvida. Avante Vingadores ou Avengers assemble!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Crítica Musical - Ozzy


Essa é a quarta vez que o roqueiro Ozzy Osbourne vem ao Brasil, engraçado que nem faz tanto tempo da última vinda do Madman: 2008. A primeira foi no lendário Rock in Rio de 1985 e a segunda foi em 1995 no Monsters of Rock. Inesperadamente, Ozzy anuncia uma turnê sul-americana e toca no Citibank Hall no Rio de Janeiro. A turnê visa a promoção do novo CD Scream de 2010.

Ozzy como sempre anima o público, jogando vários baldes de água na galera e também s e utilizando de uma mangueira para refrescar o público. A primeira música do setlist foi “Bark at the moon”, um clássico da carreira do Príncipe das Trevas que empolgou a platéia. Depois o Madman tocou a nova “Let me hear you scream”, que realmente tem tudo para ser cantada em muitas outras turnês do cantor.

Após essa música houve um dos momentos mais emocionantes da noite com “Mr Crowley”. O estádio realmente pulsou com essa música. O show continuou com “I don’t know”, um hit adorado por Ozzy e seus seguidores. Há uma pequena pausa, como se Ozzy dissesse: "Let´s play some Black Sabbath". A música escolhida é "Fairies wear boots", em que a banda zoava skinheads que deram porrada neles.

Depois veio a longa "Suicide solution" que é um dos xodós de Ozzy e sempre é cantada. A linda homenagem a morte do amigo e guitarrista Randy Roads, “Road to nowhere”, emocionou a muitos na platéia. O público depois trata de se agitar, pois é a vez de “War Pigs”, super clássico do Sabbath. Um som oitentista muito foda "Shot in the dark" foi escolhido para ser a grande surpresa do set. Ozzy aproveitou par beber água quando a banda tocou a instrumental do Sabbath "Rat Salad".

Depois da "jam" mais Black Sabbath com “Iron Man” na trilha de sucesso que o filme homônimo gerou, que conta com a música na trilha sonora, além de já ter gerado uma seqüencia. Depois o rockstar emendou com “I don’t want change the world”, música com temática bem individualista. ”. O show segue com “Crazy Train”, sendo que essa música ,talvez seja, o maior sucesso da carreira solo de Ozzy.

Na volta para o bis a banda toca a balada clássica “Mama, I’m coming home” e o fecha o show com “Paranoid”, que sempre fecha os shows do Príncipe das Trevas. Nota importante: os insistentes pedidos da platéia não comoveram a banda que clamavam por "No more tears", sucesso da década de 90.

Setlist
1. Bark At The Moon
2. Let Me Hear You Scream
3. Mr. Crowley
4. I Don't Know
5. Fairies Wear Boots (BLACK SABBATH)
6. Suicide Solution
7. Road To Nowhere
8. War Pigs (BLACK SABBATH)
9. Shot In The Dark
10. Rat Salad (BLACK SABBATH)
11. Iron Man (BLACK SABBATH)
12. I Don't Want To Change The World
13. Crazy Train
14. Mama I'm Coming Home
15. Paranoid (BLACK SABBATH)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

CineCrítica - Sucker Punch

Loucura? Não exatamente, o que muitos críticos vêm falando sobre o filme "Sucker Punch" não bate com a história. Em Cine & Crítica, tentamos não escrever sinopses, portanto não tocarei muito no enredo para explicar.

A película em si lembra algo como um clipe musical moderno e com paisagens muito fascinantes, tanto nas cenas de ação quanto nas mais brandas. A verdade é que o elenco de mulheres que se apresentam como heroínas é belo em cada unidade. Rostinhos bonitos segurando armas de fogo num estilo meio jogos eletrônicos (d)e rpg foram o contraste, ainda assim, dá a impressão de reprise. Talvez o público-alvo principal seja mesmo os nerds.

Zack Snyder é experiente e sabe o timing exato em que deseja expor tal cena, tal ator, de tal forma. A fotografia é bem humana, nervosa e abilidosa quando a violência pega, tranquíla quando correm os diálogos.

Qualidade da sala de cinema a parte, "Sucker Punch" passou meio batido por contar histórias com elementos que já se viu por aí antes. No que se disse sobre a loucura, loucos são aqueles que passam por experiências parecidas e ficam calmos, sem traumas. O "mundo surreal" criado por Baby Doll (Emily Browning) e Snyder funciona como a mais pura válvula de escape, para a personagem e até para o expectador, talvez, por isso, caia sobre uma mensagem de motivação ao final.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Crítica Musical - Rush

Após oito anos o RUSH esteve de volta ao Rio de Janeiro (10/10), para a realização da turnê Time Machine, em que o principal destaque é a execução do disco de maior sucesso comercial do grupo, o Moving Pictures, de 1980. Às 21h30 em ponto, os três telões, um no centro do palco e os outros nas laterais, começaram a exibir um filme curto que faz brincadeiras com a história da banda. No meio do diálogo aparece uma máquina do tempo e o personagem de Alex Lifeson aperta um botão vermelho por engano e o grupo é transportado para o futuro, o que é a deixa para os primeiros acordes de “The Spirit of Radio”, que faz o público incendiar a Praça da Apoteose.

Na sequência o grupo tocou os clássicos não muito tocados em shows “Time Stand Still” e “Presto”. No final desta última, Geddy Lee saudou o público em inglês. Na sequência, tocaram mais duas músicas que raramente aparecem no set list da banda, “Stick it Out” e a instrumental “Leave That Thing Alone”. Depois vieram 2 músicas do Snakes & Arrows , “Working Them Angels” e "Faithless”.

Em seguida, o Rush apresentou a música inédita “BU2B”, do novo disco Clockwork Angels, que será lançado em 2011. A música é pesada e teve como pano de fundo vários efeitos especiais do palco. Foi a deixa para a sequência da trinca de grandes clássicos que viria a seguir: “Freewill”, “Marathon” e “Subdivisions”, que voltaram a empolgar o público e que encerrou a primeira parte do show, após 1h10min do início da apresentação.

Antes de começar a tão aguardada segunda parte do show, em que seria executada na íntegra o disco Moving Pictures, um relógio com o ano de 1974, que fazia uma contagem até o ano de 1980. Quando o relógio chegou neste ano, as luzes se apagaram e mais um vídeo começou a ser exibido.

Depois do vídeo, o Rush entra no palco, começa a executar as primeiras notas de “Tom Sawyer” e levanta o público, que canta toda a letra da música, assim como acontece também no clássico seguinte “Red Barchetta”. Para incendiar de vez a Praça da Apoteose, vem em seguida a instrumental “YYZ”, que é entoada em coro pelo público. O hit “Limelight” vem em seguida, mantendo a empolgação tanto da banda quanto da platéia, o que também acontece nas três músicas “The Camera Eye”, “Witch Hunt” e “Vital Signs”.

Logo após a última música do clássico disco ser executada, o Rush tocou mais uma música nova, “Caravan”, que é uma música pesada e que teve a utilização de diversos efeitos especiais do palco, além de relógios e válvulas no telão. Agora é a vez de Alex Lifeson executar uma bela introdução para “Closer to the Heart”, do disco A Farewell to Kings. As duas músicas que encerraram a segunda parte do show foram “2112 – Overture / Temple of Syrinx” e “Far Cry”.

Geddy Lee chegou a se despedir do público, mas ainda faltavam mais duas canções, a épica e instrumental “La Villa Strangiato” e “Working Man”, que começou diferente da versão de estúdio, com uma levada reggae, para depois obter mais peso nos instrumentos e ter a levada Hard Rock original. No final, um vídeo com os atores Paul Rudd e Jason Segel, do filme “Eu Te Amo, Cara” (2009), em que eles interpretam dois grandes fãs do Rush. Após quase três horas de show com 24 músicas, o público carioca saiu da Praça da Apoteose feliz e com a certeza de ter presenciado um dos melhores shows de rock da atualidade.

Parte 1
1. The Spirit of Radio
2. Time Stand Still
3. Presto
4. Stick It Out
5. Workin' Them Angels
6. Leave That Thing Alone
7. Faithless
8. BU2B
9. Freewill
10. Marathon
11. Subdivisions

Parte 2
12. Tom Sawyer
13. Red Barchetta
14. YYZ
15. Limelight
16. The Camera Eye
17. Witch Hunt
18. Vital Signs
19. Caravan
20. Love 4 Sale (Solo Neil Peart)
21. Closer to the Heart
22. 2112 Overture / Temples of Syrinx
23. Far Cry

Bis
24. La Villa Strangiato
25. Working Man