Colaboração de Sandro Tebaldi
Mais do que um simples filme, Ensaio sobre a cegueira é um tratado sobre a solidariedade humana em um mundo dominado pelo egoísmo.
Sob o ponto de vista cinematográfico, destaque para a fotografia super exposta e leitosa de Charlone, capaz de transformar a cegueira em um narrador-personagem. Trilha sonora minimalista e sob medida. Elenco e direção afinadíssimos. Tudo preciso, montagem, roteiro, etc, mas não quero tratar de aspectos técnicos. Quero comentar uma função cada vez mais rara da arte cinematográfica: a reflexão.
O Cinema muitas vezes nos ajuda em reflexões morais. Serve de espelho. E neste caso, a imagem que nos surge não nos parece bela. Estamos cegos! Constatação incômoda que gruda em nossos olhos ao assistirmos o filme, ou ensaio. Cegos pelo excesso! Cegos de tanto ver, sem no entanto, enxergar. Com a enorme quantidade de filmes de entretenimento fácil que encontramos, é uma dádiva ainda encontrarmos produções que privilegiam a arte cinematográfica em busca de uma evolução humana. Pena que a sala não tinha mais do que 20 testemunhas, na sala ao lado, a sessão de Hellboy estava lotada!
Mais do que um simples filme, Ensaio sobre a cegueira é um tratado sobre a solidariedade humana em um mundo dominado pelo egoísmo.
Sob o ponto de vista cinematográfico, destaque para a fotografia super exposta e leitosa de Charlone, capaz de transformar a cegueira em um narrador-personagem. Trilha sonora minimalista e sob medida. Elenco e direção afinadíssimos. Tudo preciso, montagem, roteiro, etc, mas não quero tratar de aspectos técnicos. Quero comentar uma função cada vez mais rara da arte cinematográfica: a reflexão.
O Cinema muitas vezes nos ajuda em reflexões morais. Serve de espelho. E neste caso, a imagem que nos surge não nos parece bela. Estamos cegos! Constatação incômoda que gruda em nossos olhos ao assistirmos o filme, ou ensaio. Cegos pelo excesso! Cegos de tanto ver, sem no entanto, enxergar. Com a enorme quantidade de filmes de entretenimento fácil que encontramos, é uma dádiva ainda encontrarmos produções que privilegiam a arte cinematográfica em busca de uma evolução humana. Pena que a sala não tinha mais do que 20 testemunhas, na sala ao lado, a sessão de Hellboy estava lotada!
2 comentários:
Concordo. É verdade, essas questõe são incômodas e embrulham o estômago. Não vou entrar no mérito de Saramago pode deixar o negócio aqui é cinema e não literatura. A questão levantada é perfeita e a quantidade de pessoas na sala de "Ensaio..." é apenas o reflexo do que é o mundo. Pessoas que preferem ouvir o que querem, querem continuar vivendo nesse mundo das maravilhas, onde o bem sempre vence e que não há responsabilidade social real.
Um abraço, e excelente crítica (não ao filme, mas às produções cinematográficas em geral).
Na última frase quis dizer (não APENAS ao filme, mas às produções cinematográficas em geral). Ficou parecendo que desmereci a crítica. Desculpe pelo erro. srrs
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